XÁ DAS CINCO PASSA COM LOUVOR
NO TESTE DA TRÍPLICE COROA
Certamente a prova mais esperada na reunião da última Quinta-feira era o Clássico Presidente Raul Bastian, prova preparatória para a 1ª prova da Tríplice Coroa de machos, na distância de 1.600 metros em pista de areia macia.
Antes da largada vários nomes surgiam como candidatos ao triunfo, todavia logo após a autorização do starter a carreira resumiu-se em apenas dois nomes. Xá Das Cinco e Rei do Sul se atracaram logo após o primeiro pulo de partida e duelaram por mais de 1.300 metros, ocasião em que o pupilo de Daniel Peres se desprendeu do defensor do Stud Muradás e rumou para o espelho. Rei do Sul demonstrado muita galhardia resistiu aos ataques de Khalid e ainda ficou com a formação da dupla. Quito Express e From Tokyo City completaram o placar premiado.
O ganhador é um macho, castanho, 3 anos, do Rio Grande do Sul, por Kalidanz e Cantiga de Roda (First American), de criação do Haras Feliz de Carvalho e de propriedade do Haras Cerro Formoso. Destaque para o excelente trabalho de preparação desempenhado pelo treinador Daniel Peres e sua equipe, bem como para a precisa e enérgica condução de Edson Alvares, que aliás conquistou sua primeira vitória clássica em solo gaúcho. Tempo: 1m44s10s.
NO CLÁSSICO COREJADA
LINDA UDE FOI INALCANCÁVEL
Foi disputado na última Quinta-feira no Hipódromo do Cristal, o Clássico Corejada, prova reservada a potrancas de três anos, na distância de 1.600 metros em pista de areia macia. Em pista, sete potrancas alinharam em busca da vitória, sendo que desta feita a castanha Linda Ude não deu chance para suas adversárias, assumiu a ponta logo após a partida, imprimiu um ritmo forte, e no final ainda teve forças para aparar a forte atropelada da pequena Flight At Night, deixando a nítida impressão que a 1ª prova da Tríplice Coroa feminina irá ser decidida entre elas. Ellen Caliente mais uma vez atuou em bom nível chegando na terceira colocação. Like It Or Lump It e Impulsion Final completaram o placar remunerado. A ganhadora é uma Fêmea, Castanho, 3 anos, do Rio Grande do Sul – por Vettori e Soneca por First American), de criação de Homero Tarrago Filho e de propriedade do Stud Agenda. Treinamento auspicioso de João Tavares, e condução segura de Lucas Conceição. Tempo: 1m45s30.
WHOOPEE MAKER DE PASSAGEM
COMPRADA PARA O GP SÃO PAULO
Em conversa na tarde do dia 26 de janeiro, o proprietário do craque Whopee Maker, Eduardo Lubianca nos repassou a programação do ganhador do último GP Bento Gonçalves para o ano de 2015. Segundo Lubianca, Whoopee Maker embarca dia 6 de março para São Paulo com a missão de atuar do GP 14 de março. Caso tudo ocorra dentro do esperado, o filho de Macho Uno estará confirmado para correr o GP São Paulo no dia 2 de maio e o GP Brasil no mês de junho. Todavia se o tordilho não se adaptar ao gramado o mais provável é o seu retorno ao Uruguai.
J.TAVARES MAIS UMA VEZ É O
DESTAQUE ENTRE OS TREINADORES
Em pouco tempo de profissão, o jovem João Tavares já começa a chamar a atenção dos turistas, afinal de contas em três semanas foram 11 vitórias. Filho do treinador Fernando Silva o garoto tem a difícil missão de alcançar seu próprio pai, que até então ainda é o líder da estatística.
RESUMO DA REUNIÃO DO DIA 22 DE JANEIRO
1º páreo – NEGUINHA DO FUBÁ largou a apagou a vela. Hard Dolly atropelou forte para formar a dupla.
2º páreo – VELVET SUCCESS e Arbex (ARG) protagonizaram uma reta final eletrizante, sendo que no final prevaleceu a montaria do líder Marcelo Souza.
3º páreo – Tirando proveito de um “train” alucinante na primeira parte do percurso, VENUS BEAUTY e Vaga Certa atropelaram nos metros decisivos, e nesta ordem cruzaram o espelho.
4º páreo – KUARASHI contou com uma condução inteligente de Adriano Santana para alcançar seu primeiro triunfo. Jasmine Smell pagou placê, enquanto Let Him Try e Valvulada completaram a Quadrifeta.
5º páreo – NIKKI desta feita confirmou as expectativas de seus interessados e não deu no bico. Big Karol em forte atropelada formou a Dupla. Veloz E Linda foi a terceira colocada.
6º páreo – QUENTÃO e Karkaroff também presentearam os turfistas com um final emocionante, sendo que o photochart definiu a sentença a favor do primeiro.
7º páreo – INFINITY QUEST não se intimidou diante dos machos e venceu com autoridade. Sargento Mor (ARG) formou a dupla, mas na próxima é pênalti sem goleiro. Pompidoo foi o terceiro colocado.
8º páreo – LINDA UDE terminou com as pretensões de suas adversárias logo após o pulo de partida. Flight At Night chegou agredindo a ganhadora, e deixou a impressão de ser a única capaz de tentar derrotá-la na primeira prova da tríplice coroa.
9º páreo – XA DAS CINCO serviu a seus interessados um banquete de qualidades, como por exemplo, velocidade e resistência. Rei do Sul foi o único que conseguiu sentir de perto a respiração do ganhador, mas no final se viu obrigado a aceitar o segundo posto.
10º páreo – Embora tenha encontrado uma certa dificuldade, PSAROU não decepcionou os turfistas que lhe elegeram favorito. Perfect Storm e Custe O Que Custar chegaram logo a seguir.
11º páreo – SELO SECRETO confirmou sua atuação pretérita e não deu na trave. Font Life em grande evolução formou a dupla. Química Nuclear e Lion da Purotrato no complemento da Quadrifeta.
12º páreo – AMIGÃO nem de perto pareceu o mesmo da estréia, desta feita largou, colocou a baliza nas costas e desenhou o caminho do espalho. Galo Torto, Jack Jack e Serrano Fitz completaram a Quadrifeta.
UM POUCO SOBRE VERGARA MARQUES, O
HOMENAGEADO NO PÁREO DE AMADORES
A paixão pelos cavalos e pelo rádio o levou a inovar. Ele começou no rádio há mais de meio século. Foi locutor de programas românticos, narrador de futebol e expert em corridas de cavalos, sendo considerado o melhor narrador de turfe do Brasil. Seu trabalho em diversas emissoras, inclusive na Rádio da Universidade, lhe trouxe muitas distinções, prêmios e honrarias, como a medalha Negrinho do Pastoreio e o título de cidadão de Porto Alegre. Mas sempre será lembrado com carinho e admiração por ter criado um programa que durante 35 anos agradou ouvintes de todas as idades, misturando turfe, cultura e boa música.
Luiz Carlos Vergara Marques nasceu num dia 7 de novembro, em Jaguarão, município agropecuário da fronteira, ligado à cidade uruguaia de Rio Branco por uma ponte de três quilômetros de comprimento, Uruguai adentro, inaugurada por Getúlio Vargas, em 1930, como a maior da América do Sul. O pai era criador de gado e cavalos puro sangue e crioulos; a mãe, uruguaia da cidade de Vergara, era naturalizada brasileira. Embora o menino passasse as férias na fazenda do pai, a paixão pelas corridas foi herdada de um tio, Osvaldo Vergara, também criador de equinos.
Aos 12 anos, surpreendeu-se ao ser escalado pelo professor do primeiro ano ginasial para declamar um poema no grêmio literário da cidade. Criado em ambiente machista, achava que declamar não era coisa para homem. Mas encarou a empreitada, escolhendo um poema de Manuel Bandeira, que falava em sol e terra. Só que, quando era para falar da terra, apontava para o céu; e, quando falava em sol, apontava para a terra.
A vaia mexeu com seus brios, e ele pediu ao professor que o escalasse novamente. Quinze dias depois, bem preparado, declamou um longo poema de Castro Alves. A evolução foi tão grande que, passados três anos, ganhou o concurso de oratória. Em seguida, veio fazer o curso científico no IPA, em Porto Alegre. Mas, a grande guinada de sua vida se deu em 1951, quando já estava na Faculdade de Direito da UFRGS, pensando em se formar logo para retornar a Jaguarão e cuidar dos campos do pai. Um colega, apaixonado por rádio, ia fazer teste para locutor na Farroupilha e pediu que o acompanhasse. O locutor-chefe, Mário Sirpa, reprovou o colega (“Não serves nem para vender amendoim”) e insistiu para que Vergara fizesse o teste. Ele não queria, mas foi desafiado e acabou aceitando. Saiu-se tão bem que Sirpa fez questão de contratá-lo.
Vergara não tinha gostado da maneira que seu colega foi tratado. E como dois de seus primos, Milton e Ruy Vergara Correia, trabalhavam em rádio, ligou para eles e contou a história. Milton, que era da Gaúcha, concorrente da Farroupilha, lhe disse: “Tu não vais para a Farroupilha, tu vens aqui para a Gaúcha. Vais ganhar uns caraminguás para deixar de pedir dinheiro a teu pai”. No dia em que entrou para a Gaúcha, Mendes Ribeiro estava sendo admitido no setor de notícias. Na época, o chefe dos locutores era Rubens Alcântara, que já no primeiro dia o colocou “no ar”. Ele tinha que empostar a voz e ler textos como: “Leite de Colônia, o embelezador da mulher, apresenta mais um capítulo da emocionante novela...” E dê-lhe reclame de sabonete, creme dental, leite de magnésia...
Em pouco tempo, Vergara já fazia parte da equipe de esportes da Gaúcha, onde brilhavam Cândido Norberto e Guilherme Siebenberg, enquanto, na Farroupilha, as estrelas eram Leonel Silveira e Rafael Merolillo. “Naquele tempo, irradiava-se com um locutor em cada metade do campo, para não se cansar nem cansar o ouvinte.” O mesmo esquema seria usado mais tarde na transmissão do Grande Prêmio Brasil: Vergara irradiava os primeiros 1.500 metros, e Theófilo de Vasconcellos, os outros 1.500 metros.
ROMANCE E FANTASIA
Na década de 50, se fazia um rádio romântico, com radioteatro e grandes orquestras. Na Gaúcha, o conjunto melódico do Norberto Baldauf se apresentava três dias por semana, entre as dez e as onze da noite. Nos outros dias, nesse horário, tinha “Tangos à meia luz”. Depois, entrava o programa “Acalanto, música e poesia para embalar teu sono”. “Isso dava prestígio aos apresentadores.
À meia-noite, quando encerrava a programação, ele ia tomar uma taça de café com pão e manteiga na lancheria Matheus junto com amigos que o aguardavam para ir à boate Marabá, onde havia uma mesa reservada para radialistas. Essa mesa era partilhada com integrantes da equipe do Grande Jornal Falado Farroupilha, como Hamilton Fernandes, que mais tarde virou astro nacional ao interpretar o papel de Albertinho Limonta, na novela “O Direito de Nascer”, nos primórdios da televisão, no Rio de Janeiro. Da boate Marabá, seguiam para o show de tangos da boate Maipu, mas o grande espetáculo da noite estava na American Boate, que trazia atrações internacionais. “Isso era todas as noites. Freqüentemente acontecia de Vergara chegar em casa às cinco da manhã e encontrar um bilhete pedindo que fosse abrir a rádio. A sorte é que eu não bebia nem fumava.”
Vergara ficou na Gaúcha até 1956, quando fez concurso para a Rádio da Universidade, que iria ao ar no ano seguinte. Seu irmão, Clóvis Vergara Marques, foi diretor da Escola Técnica da UFRGS e vice-diretor do Instituto de Geociências. Por essa época, alguns diretores da Gaúcha compraram a Rádio Itaí e o convidaram a produzir um programa. Aí nasceu “Turfe e Boa Música”, que intercalava corridas de cavalo com informação e música de qualidade. Depois de uma longa carreira na Rádio da Universidade, Vergara se aposentou. Mas não deixou de trabalhar. Em 1991, passou a atuar como comentarista de turfe do programa Camisa 2, da TV Guaíba, onde ficou até 1998.
TURFE E BOA MÚSICA PARA TODOS
Por amor ao turfe, Vergara trocou a Rádio Gaúcha pela Itaí deixando de lado os programas românticos que lhe traziam uma aura de estrela. Pensou: “As interrupções nas transmissões de futebol para dar notícia de turfe incomodavam os ouvintes, mas para o aficcionado do turfe seria um purgatório não poder ouvir a narração dos páreos”. E concluiu: “Vou para a Itaí, criar um programa de turfe, intercalando música, notícia e conhecimentos gerais para ir ao ar nos sábados e domingos, durante as corridas no Hipódromo dos Moinhos de Ventos, e às quintas-feiras, quando há corridas em Canoas.” Assim nasceu o programa “Turfe e Boa Música”, imperdível para quem gostava de turfe, imperdível também para quem gostava de música, informação e curiosidades. No horário do programa, a Itaí chegou a ser a emissora mais sintonizada entre as quatro existente na época.
Em 1972, quando a Itaí foi vendida a um grupo evangélico, o programa passou a ser transmitido pela Farroupilha. Em 1974 foi para a Princesa. Entre 1978 e 1985 esteve na Difusora, passando depois para a Pampa, a Capital, a Sucesso e a 1.120 RBS, hoje Rural, onde permaneceu até 1992, quando foi extinto. Dois locutores apresentaram a parte musical e cultural do programa: Aurélio Câmara e Edy Amorim.
UM POUCO SOBRE CAVALOS DE
CORRIDAS E SEUS ACESSÓRIOS
* Ante-olhos: um par de peças de cabedal que se fixam na cabeçada e que limitam o campo de visão do cavalo obrigando-o a olhar sempre em frente.
* Arreios: conjunto dos aparelhos que se colocam sobre o cavalo e que permite ao cavaleiro utilizá-lo com conforto e segurança.
* Barbela: uma corrente de metal que se prende unindo as duas cambas do freio por trás do queixo do cavalo e que fazem o efeito de alavanca pretendido neste tipo de embucadora.
* Bridão: a mais antiga e mais simples embocadura que consiste num bocado articulado com uma argola em cada extremidade onde se fixam tanto as faceiras como as rédeas.
* Cabeçada: parte dos arreios do cavalo que se coloca na cabeça.
* Cilha: faixa de cabedal ou nylon com fivelas nas duas extremidades que serve para segurar a sela sobre o dorso do cavalo apertando-o por baixo da barriga.
* Cólica: dor abdominal aguda, normalmente requer cuidados veterinários; é muitas vezes sintoma de flatulência ou obstrução dos intestinos por comida não digerida ou fezes. Se não for tratado pode levar à morte do cavalo.
* Crina: pelos longos que nascem na crista do pescoço do cavalo (crineira).
* Dentes: a dentição completa de um cavalo consiste de 40 dentes: 12 incisivos, 4 caninos e 24 molares. As éguas não têm os caninos, tendo apenas 36 dentes.
* Embocadura: Um aparelho normalmente de metal ou de borracha que se coloca na boca do cavalo (sobre a língua) para regular a posição da sua cabeça e para ajudar a controlar o andamento e a direção. A embocadura é manipulada através das rédeas.
* Espora: Peças de metal que se colocam nos calcanhares dos cavaleiros e que têm uma protuberância a que se chama para que toca o cavalo de modo mais acutilante que o calcanhar nú.
* Estribo: Peça de metal com a forma de uma argola alongada que serve para o jóquei colocar os pés para se apoiar quando monta o cavalo.
* Faceira: A tira de cabedal da cabeçada que está ligada à argola do bridão numa ponta e à cachaceira no outro ponto.
* Ferreiro: A pessoa que faz e coloca as ferraduras.
* Ferradura: Peça de metal moldada de forma a assentar perfeitamente sob os cascos e que ai é pregada e que serve para proteger e para aumentar a aderência do cavalo ao chão.
* Focinheira: A parte da cabeçada que aperta o focinho do cavalo impedindo-o de abrir demasiado a boca, feita de cabedal e peça independente da cabeçada, que normalmente aperta por cima da embocadura.
* Gamarra: Instrumento utilizado para limitar a altura a que o cavalo levanta a cabeça. Pode ser fixa (da cilha até à focinheira) ou de argolas (da cilha às rédeas, com uma biforcação de onde parte uma tira na direção de cada rédea onde prendem com argolas de metal).
* Laminite (aguamento): Inflamação muito dolorosa dos tecidos moles (lâminas) no interior dos cascos do cavalo.
* Parede de casco: Parte do casco que é visível quando o cavalo o tem assente no chão. Está dividido em pinça (à frente), quartos (dos lados) e talão (atrás).
* Peitoral: Uma peça de arreio que serve para impedir que o arreio escorregue para trás sobre o dorso do cavalo. Prende-se ás argolas à frente do arreio e passa sobre as espáduas e por entre os membros anteriores e aperta na cilha.
* Ranilha: A parte mole e sensível, de forma triangular no centro do casco do cavalo.
* Raspadeira: Lâmina de metal que serve para raspar o pelo do cavalo quando está molhado para fazer sair a água em excesso e ajudar a secar o cavalo mais depressa.
* Rédeas: Longas tiras de cabedal presas às argolas da embocadura e que servem para o cavaleiro dirigir o cavalo.
* São: Cavalo que não apresenta doenças ou deficiências nos membros.
* Sobrecilha: Cilha muito comprida que envolve cavalo e arreio.
* Temperatura: A temperatura normal de um cavalo saudável é de 38º C.
* Tronco: Parte do corpo do cavalo situada entre os membros anteriores (antebraços) e os flancos.
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