TurfeOnline.com

  • Increase font size
  • Default font size
  • Decrease font size
Banner


Home Espaço Veterinário
Espaço Veterinário

CREATINA, UM SUPLEMENTO PARA ANIMAIS VELOCISTAS

CREATINA, UM SUPLEMENTO

PARA ANIMAIS VELOCISTAS

Autor: Ricardo Braga

A Creatina já é conhecida desde o século passado, porém somente com o advento do "corpo sarado" e os benefícios aos atletas de alta performance, trouxe uma série de polêmicas e pesquisas sobre esta substância.

No meio esportivo humano, a Creatina foi popularizada nos Jogos Olímpicos de 1992, através do medalhista de ouro britânico dos 100 metros rasos, Linford Christie e no meio do Turfe a suplementação com Creatina não é muito popular devido ao alto custo de seu protocolo.

A Creatina orgânica tem duas fontes: é uma substância sintetizada pelo corpo e produzida a partir de 3 aminoácidos; glicina, arginina e metionina. O Fígado é o principal órgão capaz de sintetizar a creatina, seguido pelos Rins e Pâncreas. A segunda fonte é obtida pela alimentação através da ingestão de carne vermelha e peixes(que não é o caso dos equinos, herbívoros por natureza, salvo as rações e os suplementos) principalmente para a prática de atividades físicas.

Cerca de 95% da creatina do corpo é armazenada no músculo esquelético, enquanto o restante fica no coração, músculos lisos, no cérebro e nos testículos.

O consumo de Creatina não é considerado Doping e está fora da listagem do Comitê Olímpico Internacional (COI) e da listagem das substâncias proibidas no Turfe.

A Creatina exerce uma importante função na contração muscular, servindo como energia que será utilizada em atividades físicas de curta duração, alta intensidade e com curtos períodos de recuperação.

A suplementação contribuirá para o aumento das reservas musculares de Creatina, aumento do volume muscular e aumento da resistência da fadiga muscular.

Indicado para o Cavalo Atleta em treinamento ou competição para melhorar a concentração de Creatina Fosfato nos músculos esqueléticos, melhorando a capacidade de explosão nos exercícios de alta intensidade e curta duração. Em termos de prova, teremos os primeiros 200 metros de um páreo atendido pela Via Metabólica anaeróbia Alática, conhecida pelo ATP-CP, pois neste curto espaço de metros, o animal gasta em torno de 12 segundos, tempo que geralmente dura este fator energético. Parece pouco mais como é no detalhe que se ganha uma corrida, estes segundos são preciosos para retardar a fadiga do animal no restante da prova de velocidade. Considerando uma prova de 1.200 metros, só estarão faltando 1.000 metros onde a energia disponível e as vias metabólicas deverão ser distribuídas.

Não é uma terapia barata, mas muito interessante. Normalmente o protocolo de uso fala em duas fases;

Fase I - Impacto inicial - 14 dias - 0,24g/kg/PV

Fase II - Manutenção, mínimo de 60 dias - 0,08g/kg/PV

Ex.: Um animal de 450 kg usará na primeira fase 108g/dia, totalizando nesta fase 1.512g e na segunda fase usará 36g/dia totalizando 2.160g em 60 dias. O importante é a observação diária do animal, com aferições antropométricas de sua musculatura e seus rendimentos nos treinos e provas.

A ampliação das reservas de energia no músculo através da Creatina tem permitido aprimorar o desempenho físico dos atletas de velocidade. A Creatina sozinha não resolve uma boa performance de um atleta. Uma série de co-fatores deverão potencializar o uso da Creatina e sua suplementação como um recurso ERGOGÊNICO.

Apesar da produção de creatina ser realizada pelo organismo do animal, há um grande interesse nos efeitos ergogênicos da suplementação oral desse composto principalmente para animais atletas.

Mas o que seria um Recurso Ergogênico - Para iniciarmos vamos entender a origem do termo. A palavra ERGOGÊNICO é derivada das palavras gregas ERGO (trabalho) e GEN (produção/criação de) e é comumente definida como melhora da produção de trabalho. “Recurso ergogênico” pode soar estranho mas é mais simples que parece e está mais presente em nossas vidas do que imaginamos. Os recursos ergogênicos nada mais são que formas de facilitar o trabalho ou formas de realizar mais trabalho, ou ainda, realizar um determinado trabalho mais rápido com um menor desgaste de energia. Ex.: Um tênis podendo melhorar minha performance, passa a ser um Recurso Ergogênico.

A creatina aumenta a disponibilidade de energia no organismo, alguns dos principais benefícios do seu uso em animais atletas é a melhora do desempenho físico, aumento da massa muscular e neutralização de ácidos prejudiciais produzidos pelo organismo. O aumento do desempenho dos equinos ocorre pois a creatina atua como o mecanismo para fornecer energia rapidamente, e como consequência há o atraso no início da produção de ácido láctico, isso é importante para que então, haja o atraso da fadiga muscular, que ocorre devido o declínio na concentração sanguínea de glicose. Importante destacar que a fadiga estará presente por conta do H+ que será liberado na célula muscular durante as conversões de Piruvato/Lactato, é o H+ o responsável pela acidose muscular.

Nenhum outro suplemento alimentar esteve tão cercado de polêmicas quanto a creatina. Ela já foi associada ao uso de anabolizantes, passou cinco anos proibida no Brasil, ainda é mal vista por muitos médicos e é classificada, por parte deles, como uma ameaça às funções do rim e do fígado.

A Creatina é defendida por alguns e condenada por outras correntes, cabe a nós fisiologistas apreciarmos nosso Cavalo Atleta e cruzar dados entre a oferta da Creatina e os resultados obtidos nos treinos e competições. Segundo as pesquisas, a suplementação de Creatina seria mais útil ao atleta na fase forte dos treinamentos de forma que ele possa suportar e se empenhar mais de forma a chegar nos objetivos com menos fadiga ou entrando na fase do overtraining.

Segundo o norte-americano Melvin William, PhD, Uma dose básica de creatina é sintetizada naturalmente pelo organismo, no fígado e no pâncreas e o restante teríamos que suplementar no caso dos atletas de provas de velocidade. O ganho nestes casos é fundamental para o todo da prova. Poderemos dividir uma prova de 1.200 metros na Areia ou na Grama, usando as 03 vias metabólicas; Alática ATP-CP, via anaeróbica Lática e finalmente a via aeróbica. A creatina irá ajudar muito na primeira fase da Prova, diria da largada até os 300 metros iniciais. Esta ajuda é fundamental pois nosso atleta terá resolvido parte do esforço retardando sua fadiga.

Ainda segundo Melvin, “Dezenas de estudos comprovam essa eficácia, sendo que as pesquisas mais consistentes indicam melhora de até 13% no desempenho do atleta”, aponta Melvin. Em outros estudos, comenta o pesquisador, a força muscular do atleta chega a aumentar pelo menos 8%.

O quesito massa muscular desperta uma boa polêmica em torno da creatina há muitos anos. A creatina dá volume ao músculo porque aumenta a capacidade das células musculares de absorver água. “Quem usa creatina se impressiona porque o músculo incha muito rápido”, afirma o pesquisador norte-americano. “Isso gera uma falsa idéia de ganho de massa muscular”, rebate Jomar Souza, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. Segundo ele, quando o atleta abandona a suplementação de creatina, o líquido retido no músculo reduz e, com isso, o volume também diminui. “Não há ganho de massa muscular”, afirma.

Melvin contesta essa visão. Para ele, a explosão de força proporcionada durante a fase dos treinos pelo uso da creatina pode contribuir com o ganho de massa muscular, independentemente do inchaço causado pela retenção de líquidos no músculo. “Estudos americanos e britânicos comprovam isso, seja em atletas que usaram creatina ou em atletas que combinaram a creatina com carboidratos”, conta ele.

Aproveitando estas observações podemos citar que ex-atletas acabam tendo um ganho de gordura localizada com muito mais velocidade que um ser normal que apenas executa alguns exercícios diários. As células do tecido adiposo passam a ocupar o espaço deixado pelas células musculares. Porém tem que se levar em conta que a facilidade em desenvolver o trabalho pode gerar no atleta uma dedicação maior aos treinos e sobrecargas significativas, que irão produzir massa muscular e não simplesmente inchaço via uma absorção maior de líquidos. Acredito que os métodos se potencializam entre si.

O receio de sobrecarregar rins e fígado pelo uso de suplementos de creatina ainda assusta muitos médicos e especialistas em nutrição de atletas. “Mas isso foi desmentido por inúmeras pesquisas”, garante Melvin. Até uma pesquisa nacional, realizada pela Escola de Educação Física e Esporte da USP e divulgada em 2008, comprovou que a suplementação com creatina não gerou sobrecarga nos rins de atletas de 24 anos. O trabalhou chegou a ser publicado no European Journal of Applyed Physiology.

Em atletas que usam o suplemento, a sobrecarga aconteceria porque as células renais entrariam em fadiga ao receber uma quantidade excessiva de creatina, além das outras substâncias que normalmente metaboliza. “Mas isso não foi visto nos estudo”, afirma Melvin.

Finalizando, o sucesso nas competições eqüestres depende de vários fatores que influenciam o desempenho. Estes incluem a “vontade” de ganhar, intrínseca de cada cavalo, da força, potência e velocidade, que estão diretamente relacionadas com a capacidade metabólica de cada atleta. Os resultados obtidos nos testes que avaliam o desempenho atlético, como a frequência cardíaca e o lactato sanguíneo podem ser utilizados como guia, auxiliando proprietários e treinadores das mais diversas modalidades, na elaboração de protocolos de treinamento sustentáveis, que contribuem para manutenção da integridade física dos cavalos atletas.

Não é aconselhável o consumo por longo tempo de suplementos a base de Creatina, sendo sugerido que após 3 meses de uso continuo, o organismo tenha 01 mês de repouso.

Um outro detalhe importante é a regeneração da CP e o condicionamento aeróbio. Nos primeiros segundos do esforço intenso o organismo usa a CP (Creatina Fosfato) para repor e manter os níveis de ATP constante, desta forma quanto mais tempo conseguirmos atender a esta demanda melhor para retardarmos a via metabólica seguinte que seria a Via Anaeróbica Lática, com produção de Lactato através da conversão do Piruvato. Mas o mais interessante começa na regeneração da CP. A reposição depende do suporte mitocondrial e o seu consumo de oxigênio, logo por este aspecto, mesmo que o animal seja um velocista é muito importante ser treinado sua base aeróbia de forma a gerar uma densidade mitocondrial e capilar. Desta forma teremos garantida uma boa regeneração de Creatina Fosfato nas células musculares.

A suplementação com Creatina não tem se mostrado eficaz para o aumento do desempenho de cavalos atletas fundistas (endurance) e o animal pode ter um ganho de peso mas deve-se prestar atenção que este ganho pode ser de massa muscular para tal é importante a observação diária do animal e seu comportantemento no dia a dia do treinamento.

FONTE: Ricardo Braga – Resumo técnico pertencente ao arquivo do blog:www.medvetsport.blogspot.com destinado a pesquisa, estudo e debate da Fisiologia do Exercício do Cavalo Atleta. Protegido pela Lei 9.610 – Direitos Autorais.

 

A ATIVIDADE OVARIANA EM ÉGUAS PSI EM TREINAMENTO

A ATIVIDADE OVARIANA EM

ÉGUAS PSI EM TREINAMENTO

Autor: Leo Cury

A égua é uma fêmea poliéstrica estacional, ou seja, apresenta a grande maioria dos cios numa estação do ano (primavera e verão), permanecendo em anestro, conhecido como anestro estacional, nos meses de outono e inverno. Portanto, ela exibe atividade ovariana nos meses de maior intensidade de luz, que é um dos principais fatores responsáveis pelo cio na égua.

A puberdade, em média, ocorre por volta dos 18 meses, podendo variar entre as raças, manejo e alimentação. Na égua Puro Sangue de Corrida o cio já é observado antes dos 2 anos de vida. Portanto, as éguas alojadas nos hipódromos e centros de treinamento já podem ser consideradas maduras e aptas a ciclarem.

Quem milita com treinamento de cavalo de corrida tem sempre um questionamento: a égua em carreira apresenta cios? Ela apresenta atividade ovariana normal, com ovulações e formação de corpo lúteo?

Para que inicie o funcionamento do ovário, é preciso que o Hipotálamo secrete o hormônio GnRH que irá estimular a Hipófise a produzir e secretar os hormônios Folículo Estimulante (FSH) e Luteinizante (LH), que são os responsáveis pelo desenvolvimento folicular (FSH) e maturação do folículo e ovulação (LH). Uma vez ocorrendo a ovulação, haverá a formação do Corpo Lúteo.

Quando o folículo vai crescendo por estímulo do FSH, vai produzindo o hormônio Estrogênio, que é o responsável pelas manifestações de cio e conseqüentemente a aceitação do macho para a monta. Quando ocorre a ovulação e a formação do Corpo Lúteo, por ação do LH, começa a produção da Progesterona que é o hormônio responsável pelo diestro, o período de não aceitação do macho.

É comum, profissionais do cavalo relacionarem alguns comportamentos com cio, como por exemplo o constante abano da cauda e micção. Algumas éguas durante o galope ou mesmo na corrida tem o hábito de balançarem a cauda intensamente. Muitas vezes o fazem acompanhado de micção. Já tive a oportunidade de examinar por palpação retal, ovários de éguas com esse comportamento e quase sempre observei ovários pequenos, sem qualquer crescimento folicular. Quando muito, discretos folículos, completamente incompatíveis com cio.

Acredito que esse comportamento esteja mais relacionado ao estresse e nervosismo, do que ao cio.

O ciclo estral, é sensível e dependente de alguns fatores. A luz é preponderante para desencadear o funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise. Sem os hormônios gonadotrópicos (FSH e LH), não há desenvolvimento folicular, portanto não haverá cio, ovulação e corpo lúteo. Outro aspecto importante é que o estresse a que são submetidas as éguas em treinamento tem uma constante liberação de adrenalina que inibe o eixo hipotálamo-hipófise para a liberação dos hormônios mencionados.

O ciclo estral na égua é dividido apenas em duas fases: estro, período de aceitação e monta com prevalência do estrogênio e diestro, período de não aceitação do macho com prevalência da progesterona. A grande maioria das éguas em treinamento apresentam ANESTRO, não há níveis sanguíneos elevados de estrogênio nem de progesterona, por praticamente completa inatividade ovariana.

As éguas em treinamento passam a maior parte do tempo encocheiradas, muito pouco expostas à luz. Algumas inclusive, galopam ainda no escuro ou no amanhecer do dia, sem qualquer ação da luz. Portanto, acredito que são raras as verdadeiras manifestações de cio em éguas em intenso treinamento, apesar de admitir também, porém raramente, a possibilidade de cio em éguas mais velhas e que tenham uma diminuição do treinamento por alguma razão.

FONTE: Resumo técnico pertencente ao arquivo do blog: www.medvetsport.blogspot.com destinado a pesquisa, estudo e debate da Fisiologia do Exercício do Cavalo Atleta. Protegido pela Lei 9.610 – Direitos Autorais. Todos os artigos e imagens possuem a citação das fontes. Parceria Turfe Online – Vetnil - Blog Fisiologia do Exercício do Cavalo Atleta.

 


Página 3 de 5

Publicidade

Banner
Banner
Banner
Banner
Banner
Banner
Banner

Banner
Banner